quinta-feira, janeiro 20, 2011

O primeiro filme brasileiro em 3D e a tecnologia da terceira dimensão

Em entrevista ao UOL Cinema, a diretora brasileira Mariana Caltabiano, responsável pelo primeiro longa tupiniquim em 3D, o filme "Brasil Animado", declarou que "é preciso uma boa história, apenas o 3D não segura um filme". Isso é certo, não há dúvidas! Contudo, foi a declaração seguinte que me deixou preocupado em relação à produção. Ela diz: "Precisávamos de situações em que a imagem 'saltasse' para fora da tela". Não sei exatamente qual a visão da diretora sobre o 3D, mas a possibilidade de uma certa interpretação dessa frase é que me atenta. E acho que a deixa vale para comentar sobre essa nova tecnologia nos tempos atuais.

A questão é a seguinte: "jogar" coisas para fora da tela não é o melhor uso para o 3D. Esse foi o motivo de muitos críticos não gostarem de "Viagem ao Centro de Terra", que marcou a retomada do 3D à telona. Antigamente, quando os óculos bicolores eram usados para passar a impressão da terceira dimensão no cinema, era muito comum os diretores jogarem objetos no público e provocar esse efeito que Mariana pode ter se referido, mas isso acontecia porque essa tecnologia era novidade. "Avatar" mostrou à nova geração de 3Ds que é possível fazer um ótimo filme usando a tecnologia da terceira dimensão de forma natural, e se aproveitando automaticamente da sensação de profundidade sem precisar lembrar ao espectador que aquilo é 3D. É esse tipo de "lembrete" que é causado por esse ato de "atirar" coisas em direção ao público.

Ainda não assisti ao filme, portanto não posso falar concretamente se a diretora soube usar o 3D. E, pessoalmente, acho que poderíamos ter aproveitado um personagem nacional já famoso para o primeiro filme em terceira dimensão do Brasil. Poderia ter um apelo maior se usássemos uma Turma da Mônica ou mesmo o Menino Maluquinho! Fora isso, não gosto da junção de desenho animado com paisagens reais (como o trailer mostra que o filme será). Poucas são as produções que fizeram isso dar certo.

Agora é esperar para ver se o filme de Mariana Caltabiano realmente vale a pena. Enquanto isso, fiquem com o trailer da produção que estréia  amanhã (21/01) em todo o Brasil.

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