A data de hoje completou 29 anos da morte de Elis Regina. É um dia triste para a música brasileira, que perdeu sua maior intérprete. Serei sempre extremamente parcial ao falar sobre a Pimentinha. Não há nenhuma outra cantora que chegue ao mesmo patamar alcançado por ela.
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Elis no programa "Ensaio" da TV Cultura |
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Última entrevista |
É fato que ela deixou heranças, mas certamente o que mais deixou foi saudade. Naqueles que a viram no palco e nos que não tiveram a sorte de nascer a tempo, como é o meu caso.
A discografia de Elis Regina é essencial para quem gosta de música. Porém, gostaria de deixar aqui dois discos favoritos, que são, na minha opinião, os dois principais de sua carreira.
"Elis & Tom" (1974), gravado nos Estados Unidos, traz grandes letras do maestro Tom Jobim e interpretações beirando a perfeição da Pimentinha.
"Falso Brilhante" (1976), gravado no Teatro Bandeirantes (o mesmo do seu funeral), mostra Elis em sua melhor fase, lotando toda noite e unindo sua técnica com um amadurecimento como artista.
"Sempre vou viver como camicase. É isso que me faz ficar de pé", ela sempre dizia aos amigos. E isso foi verdade durante 36 anos. A maioria dos gênios não vivem muito tempo, não é mesmo? É uma pena.
"No dia em que alguém for reorganizar o seu fichário na pasta ou no compartimento Elis Regina, vai ter muito trabalho. Eu não tenho a menor intenção de ser simpática a algumas pessoas. Me furtam o direito inclusive de escolher. Sou obrigada a aceitar quem passar pela frente. Me tomam por quem? Uma imbecil? Sou algo que se molda do jeitinho que se quer? Isso é o que todos queriam, na realidade. Mas não vão conseguir, porque quando descobrirem que estou verde já estarei amarela. Eu sou do contra. Sou a Elis Regina de Carvalho Costa que poucas pessoas vão morrer conhecendo."
(trecho da reportagem "O amargo brilho do pó", da Veja, uma semana após a morte de Elis)
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